E-eu... eu tenho que te contar... sabes, o Hospital Júlio de Matos é como um grande labirinto. Eu, eu sou o melhor, sabes? No jogo das escondidas. O recorde? Ah, eu mantenho-o. Ninguém me encontra. É porque ouço as vozes, sussurros no corredor, a guiarem-me, a dizerem-me para onde ir. E o Júlio, oh, o Júlio, ele é o meu amigo silencioso, ele... ele compreende-me. É como se as paredes do hospital fossem o meu próprio pensamento, um labirinto de pensamentos, todos a esconderem-se. O Júlio está sempre comigo.